Sete pessoas acusadas de lesarem o Sistema Único de Saúde (SUS) foram denunciadas Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas, entre elas o atual secretário de Saúde de Maceió, Adeilson Loureiro.
Elas são acusadas de fraudar a expedição de guias de exames pagos pelo governo, mas que nunca foram realizados. Para conseguir dinheiro dos cofres públicos, a suposta quadrilha usava nome de artistas como Suzana Vieira, Carolina Dieckmann, Ivete Sangalo, Letícia Spiller, Rafaela Fischer, Juliana Paes e Vera Holtz.
Para o MPF, os acusados cometeram o crime de estelionato qualificado (contra entidade de direito público) e também vão responder por formação de quadrilha.
Além de Loureiro, que era diretor administrativo do Hospital, em março de 2006, quando teria ocorrido a fraude, também foram denunciados os médicos Luis Alberto Rocha e Silvana Teixeira de Britto, sócios da clínica Medimagem, empresa contratada para realizar exames radiológicos em pacientes do Hospital Sanatório; Adeílson Loureiro Cavalcante, diretor administrativo-financeiro do hospital; e as funcionárias Ana Lúcia Ferreira de Lima Barros, Maria Lúcia da Silva, Patrícia Neto do Nascimento e Ilma Bezerra do Nascimento.
O esquema
A denúncia, subscrita pelo procurador da República Gino Lôbo, afirma que os nomes das artistas constavam em requisições para exames de mamografia no setor de radiologia do Hospital Geral Sanatório, em Maceió. Os exames deveriam ter sido feitos durante março de 2006.
Conforme os autos da denúncia, na época, o médico Luiz Alberto, além de ser sócio da Medimagem, também era diretor do serviço de radiologia do Hospital Sanatório.
Segundo o procurador, a alegação feita por alguns empregados do hospital - de que preenchiam as guias com nomes fictícios por receio de serem demitidos - não os isenta de responsabilidade, uma vez que eles não deveriam cumprir determinações do empregador quando elas são “claramente ilegais”.
“Os proprietários da Medimagem e do Hospital Sanatório, prevalecendo-se de seu poder econômico e de mando face aos seus empregados montaram, de forma arbitrária e prepotente, todo um sistema de fraude contra o SUS, determinando que estes preenchessem guias de exames com nomes de pessoas fictícias”, afirma o representante do MPF/AL.
Resposta
Em contato com o Tudo na Hora, no início da noite desta terça-feira, Adeilson Loureiro disse que o Hospital Sanatório, o qual era diretor à época, tomou todas as medidas possíveis após comprovar a fraude praticada pela empresa responsável pelos exames.
“O serviço de radiologia era feito por uma empresa terceirizada. Quando foi feito a auditoria, e a empresa não conseguiu explicar as não-conformidades, as mediadas administrativas foram tomadas, com a responsabilização da empresa nos órgãos competentes. Além disso, o hospital devolveu ao SUS os recursos daqueles exames - algo em torno de 62 mil. Ou seja, tomamos todas as medidas”, afirmou.
Loureiro ainda alegou que, como ex-diretor, “a gestão do hospital não teve culpa no processo”. “Só vou esperar a hora oportuna para provar toda a nossa inocência”, garantiu.
Fonte: Correio do Povo
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